IDADE MÉDIA

 

 IDADE MÉDIA

 Com a caída do Império Romano no Ocidente, em 476 d.c e com a tomada de Roma pelos hérulos, povo Germânico, toda a Europa se ressentiu e o declínio do Império Romano foi evidente. A partir de então a Europa entrou na fase descrita pelos historiadores como a Idade Medieval ou Medievo um período de tempo em que a Europa avançou por épocas descritas como a Idade antiga, a Idade Moderna, e a Idade Contemporânea. A influência da igreja é notória sobre a sociedade que se dividia em três classes: Clero, a quem correspondia a questão religiosa, era, portanto a classe culta, aquela que detinha o conhecimento das escrituras e pelo poder circunscrito na fé dos homens da época, acabavam por ser privilegiados na aquisição de bens doados por reis e gente nobre os elementos do clero são gente repartida entre a nobreza e o povo. Nobreza é a classe guerreira proprietária de terras e títulos, os senhores feudais. O povo era a classe trabalhadora que vivia com o sistema político e econômico com base no feudalismo sistema bastante severo.

 

É, portanto sobre este contexto que vislumbramos toda uma época onde o conflito intelectual e religioso acarretava os normais distúrbios sociais como a fome, as pestes, e as guerras, que em arremetidas colossais de violência chegavam do norte com as hostes Bárbaras a tomarem a costura de todo o território Europeu mais a sul. A Península Ibérica foi então dizimada por invasões de Árabes, Vikings e Húngaros por meados dos séculos VIII e XI se viveu baixo uma instabilidade a todos os níveis o que faz inverter tanto as tendências religiosas bem como a própria natureza humana no que respeita a poder assumir competências de cultura e desenvolvimento. Era então a época dos medos e alucinações a típica bruxaria e o papel da igreja acaba contribuindo para as excêntricas formas a que os povos de então se deixavam consumir de como falamos, de medos horrores, maus presságios e de uma coletiva alucinação de idéias e argumentos. Foi por esta altura que foram formados o reino de França de Inglaterra, Portugal e se fundiram os reinos da moderna Espanha. A Igreja se tornou poderosíssima nesta época, tanto no âmbito ideológico quanto político e econômico. Para se ter uma idéia, a própria divisão da sociedade da época era baseada na Santíssima Trindade: Clero, Nobreza e Servos.

 

 

 Com o pretexto da obtenção da salvação, a mentalidade do homem passou a ser totalmente embasada pela religião. A grande quantidade de doações monetárias de fiéis e os tributos cobrados pela Igreja fizeram com que a organização passasse a ter um grande poder econômico. Cerca de um terço de todas as terras cultiváveis da Europa era de propriedade da mesma. Com todo esse poder, a instituição passou a exercer certo monopólio intelectual, já que a grande maioria da população era analfabeta e, além disso, não tinha acesso às obras escritas. Ao longo de sua história, a Igreja Católica se deparou com inúmeras manifestações contrárias aos seus dogmas. Essas idéias, chamadas pela instituição religiosa de heresias, foram combatidas de diversas formas, até mesmo com o uso da violência. Mesmo assim, houve grandes rupturas dentro da Igreja, como o Cisma do Oriente, em 1054, a qual resultou na criação da Igreja Bizantina. O que devemos entender, afinal de contas, quando dizemos "Idade Média"? Esse termo refere-se a uma divisão do tempo que engloba praticamente 1.000 anos de história do continente europeu. Essa classificação para o período - "Média" - foi uma forma de os homens dos séculos 14 e 15, dos reinos italianos, mostrarem que eram inovadores, modernos transformadores. Esses homens - pintores, artistas e pensadores do chamado Renascimento - achavam que estavam rompendo com um período culturalmente atrasado do mundo ocidental, dominado pelo pensamento da Igreja católica.

 

Assim, os renascentistas classificavam-se como "modernos" e acreditavam que estavam fazendo renascer o esplendor das Entre a Idade Moderna e a Idade Antiga havia, portanto uma idade intermediária, que ficava no meio, sendo a média entre esses dois períodos. Assim nasceu o conceito de Idade Média, classificação esta na verdade preconceituosos, pois classificam na verdade uma cultura inferior á outra e resume a história de diversos povos como um circulo de distorções e mal entendidos. No entanto, mais do que pensar em auge e decadência, nascimento e morte de uma época, é importante entender que todos os aspectos que formaram o pensamento e as práticas medievais estão longe de representar um cenário único, um panorama unitário. A idéia de Idade Média desde muito tempo esteve associada a atraso, a uma época de "trevas" no conhecimento, de pouca liberdade e de restrita circulação de idéias. Embora essa concepção não esteja totalmente errada, de maneira nenhuma podemos imaginar que foi somente isso que ocorreu no continente europeu durante os 1.000 anos de duração do período medieval.

 

Por que não podemos dizer que a Idade Média foi uma época só de atraso para os povos europeus? Porque, embora impregnada pela mentalidade religiosa, a cultura floresceu, como comprova a arquitetura da época, com suas grandes catedrais. Da mesma maneira, no interior da Igreja, diversos pensadores se esforçaram para conciliar a religião cristã com a filosofia grega, em especial a de Aristóteles. Ao mesmo tempo, assentando-se sobre a organização social e jurídica do antigo Império Romano, a Igreja contribuiu para civilizar as tribos e reinos bárbaros ao mesmo tempo, se é fato que durante a Alta Idade Média a economia esteve praticamente centrada na agricultura, isso ocorria porque os feudos produziam grande parte dos produtos que necessitavam consumir e a circulação de pessoas era restrita numa Europa povoada por fortificações isoladas uma da outra. No entanto, nem sempre esse cenário correspondeu à Europa inteira.

             

 

Alta Idade Média

O castelo tornou-se o centro da vida econômica feudal. Eram comuns os episódios de guerra e vingança entre os senhores feudais, as estradas eram infestadas de ladrões, e assim se fazia necessário proteger a corte num castelo com fortes muralhas, fossas e pontes levadiças. Os castelos eram construídos em locais apropriados, para facilitar a defesa. Os senhores e os nobres dedicavam longas jornadas às caçadas, enquanto as mulheres se preocupavam com a organização familiar e governavam grande número de servos domésticos. A população, em geral, vivia num clima de insegurança. O lucro exagerado era condenado pela Igreja como usura, por isso muita gente se contentava com o que tinha. A principal força de guerra da época feudal foi representada pela cavalaria.

 

Esta era formada por nobres, para muitos dos quais a guerra era uma ocupação permanente. Faziam parte da cavalaria, sobretudo os filhos dos nobres que estavam excluídos da herança feudal. Para pôr freio à violência e à brutalidade, a Igreja transformou a cavalaria numa instituição armada, criada para defender os princípios morais da religião cristã. Os jovens das famílias nobres se tornavam cavaleiros com uma cerimônia religiosa, no decorrer da qual era feito um solene juramento, em que o cavaleiro prometia seguir os preceitos da fé. O cavaleiro tinha que se mostrar forte, generoso, leal, ajudar os pobres e os mais fracos. A carreira do cavaleiro iniciava quando ele era ainda criança, pois aos sete anos devia começar a aprender a cavalgar e a ter boas maneiras. Depois, aos quatorze anos, tornava-se escudeiro, isto é, levava o escudo do senhor até os campos de batalha. Finalmente, aos dezoito anos, chegava o grande dia da investidura, quando recebia, num ato religioso, a espada, o elmo, o escudo e o capacete. O aspirante a cavaleiro jejuava por 24 horas, tomava um banho purificador, vestia uma túnica alva e ia até o sacerdote para que este o purificasse e benzesse sua espada.

 

 

De joelhos, escutava as leis da cavalaria e jurava sobre o Evangelho que iria proteger o rei, defender a cristandade contra os infiéis, ser leal e generoso.”

Os passatempos preferidos eram as caçadas. Nas noites de inverno, era comum ouvir os trovadores e os jograis tocarem e cantarem. Durante a primavera, havia desfiles de cavaleiros, grandes festivais, danças, desfiles com bandeiras.

 

Os homens da Igreja (padres, bispos, arcebispos) tinham privilégios e prestígio na sociedade feudal, porque faziam a ligação entre Deus e os homens, grandes riquezas estavam acumuladas em suas mãos e eram donos de propriedades de terras. Os fiéis faziam doações para obter o perdão dos pecados; os moribundos, para obter a salvação no além; os peregrinos, para obter a proteção de Deus e que nenhuma desgraça lhes acontecesse; os soberanos, para conseguir sempre mais poder. Mas essas riquezas não eram distribuídas igualmente pelos elementos do clero. Os padres do campo misturavam as funções, pregando nas igrejas e arando nos campos junto com os camponeses. Já os padres e os bispos das cidades tinham melhores condições e uma vida mais refinada. Alguns bispos e arcebispos levavam uma vida de luxo e ostentação. Das riquezas que a Igreja arrecadava em abundância, uma boa parte, sem dúvida, ia para os pobres. A hospitalidade era também praticada pela Igreja em larga escala.

 

Os indigentes recebiam comida e dinheiro nas portas das igrejas. A caridade, porém, era secundária, pois a grande tarefa era celebrar a missa, construir e decorar as igrejas para a glória de Deus.Principalmente a partir do século V, os pensadores cristãos perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, com o intuito de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico.Desse modo a Filosofia, que até então possuía traços marcadamente clássicos e helenísticos, passou a receber influências da cultura judaica e cristã. Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como: "Fé", "Salvação", "Providência e Revelação Divina" e "Criação a partir do nada" passaram a fazer parte de temáticas filosóficas. A partir do século IX, desenvolveu-se a principal linha filosófica do período, que ficou conhecida como Escolástica Essa filosofia ganhou acentos notadamente cristãos, surgidos da necessidade de responder às exigências de  ensinadas pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade e, por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da mesma fé.

 

A Escolástica teve uma constante de natureza neoplatônica, que combinava elementos do pensamento de Platão com valores de ordem espiritual, reinterpretados pelo Ocidente cristão. No século XIII, Tomás de Aquino incorporou elementos da filosofia de Aristóteles no pensamento escolástico. A questão chave que vai atravessar todo o pensamento filosófico medieval é a harmonização de duas esferas; "a fé" e "a razão". O pensamento de Agostinho de Hipona (século V) reconhecia a importância do conhecimento, mas defendia uma subordinação maior da razão em relação à fé, por crer que esta última venha restaurar a condição decaída da razão humana. Já a linha de Tomás de Aquino (século XIII) defende maior autonomia da razão na obtenção de respostas, apesar de não negar tal subordinação da razão à fé.

Conseqüências do feudalismo

Enfraquecimento do poder real (descentralização política)

Aparecimento da cavalaria

Fortalecimento da Igreja nos campos religioso, econômico e político.

Economia fechada, com atraso do comércio.

 

Como resultado das migrações bárbaras e da implosão do Império Romano do Ocidente, a Europa Ocidental do início da Idade Média era pouco mais que uma manta de retalhos de populações rurais e tribos bárbaras. Perdeu-se o acesso aos tratados científicos original da antiguidade clássica (em grego), ficaram apenas versões resumidas, e até deturpadas, que os romanos tinham traduzido para o latim. A única instituição que não se desintegrou juntamente com o falecido império, a Igreja Católica, mantiveram o que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica. O homem instruído desses séculos era quase sempre um clérigo para quem o estudo dos conhecimentos naturais era uma pequena parte de sua escolaridade. Esses estudiosos viviam numa atmosfera que dava prioridade à fé e tinham a mente mais voltada para a salvação das almas do que para o questionamento de detalhes do universo físico.

 

Em alguns aspectos, no século IX, o retrocesso causado pelas migrações já estava revertido. No século X ocorre a contenção das últimas ondas de invasões estrangeiras. E, por volta de 1100, ocorreu uma revolução que combinou renascimento urbano e comercial, ampliação de culturas e fronteiras agrícolas, crescimento econômico, desenvolvimento intelectual e grandes evoluções tecnológicas. Começaram a ser abertas novas escolas ao longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas menores. Por volta de 1200, foram fundadas as primeiras universidades-Paris, Coimbra, Bolonha e Oxford – (em 1500 já seriam mais de 70). Começa um forte movimento de tradução de documentos em língua árabe  grega, que tornam o conhecimento do mundo antigo novamente disponível para os eruditos europeus. Tudo isso possibilitou um grande progresso em conhecimentos como a Astronomia, a Matemática, a Biologia e a Medicina.

 

Causavam espanto e admiração inovações tais como grandes relógios, mecânicos que transformaram a noção de tempo nas cidades. Presenciaram-se descobertas como as dos óculos, em 1285, e da prensa móvel, em 1448. Houve também muitas inovações na forma de utilizar os meios de produção, com as técnicas de serralheria e incisão de pedras, a fundição de ferro, e os avanços nas técnicas de construção aplicadas ao estilo gótico, No setor agrícola, temos o desenvolvimento de ferramentas como a charrua, melhorias em carroças e carruagens, arreios para animais de carga, e a utilização de moinhos d'água. Avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio, na confecção de mapas e a invenção das caravelas tornaram possível a expansão marítimo-comercial Européia na Idade Moderna.

               

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TEXTOS
IDADE MÉDIA.pdf (661,1 kB)
 
 
 
A MÍSTICA DO GUERREIRO MEDIEVAL.pdf (192,7 kB)
LENDAS MEDIEVAIS.pdf (583,5 kB)
 
 
 

 

 A CIVILIZAÇÃO CRISTÃ EXISTIU. ATESTAM-NO OS DOCUMENTOS PONTIFÍCIOS, OS DOCUMENTOS MEDIEVAIS E ESTUDOS CREDENCIADOS DE AUTORES CONTEMPORÂNEOS, ALÉM DOS LEGADOS CULTURAIS INDESTRUTÍVEIS, DOS QUAIS ATÉ HOJE RECEBEMOS A SALUTAR INFLUÊNCIA.

Da Idade Média, a despeito desta ou daquela falha, Leão XIII escreveu com eloqüência: “Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a Religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, cuja memória subsiste e subsistirá consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer” (Encíclica Immortale Dei, de 1/XI/1885).

Assim, a Civilização Cristã não é uma utopia. É algo de realizável, e que em determinada época se realizou efetivamente. Algo que durou, de certo modo, mesmo depois da Idade Média, a tal ponto que o Papa São Pia X pôde escrever: “A civilização não mais está para ser inventada, nem a cidade nova para ser construída nas nuvens. Ela existiu, ela existe: é a Civilização Cristã, a cidade católica. Trata-se apenas de instaurá-la e restaurá-la sem cessar, sobre seus fundamentos naturais e divinos, contra os ataques sempre renascentes da utopia malsã, da revolta e da impiedade” (Carta Apostólica Notre Charge Apostolique).

A refutação dos mitos que vêm em seguida dará a documentação medieval e a dos autores contemporâneos, que atestam claramente que a Idade Média foi a Era Cristã de que falam os Pontífices.

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