CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

   

   

   

 

...”um  segredo, encerrado para sempre, torna-se esquecimento. Deve  ser passado  sempre, a quem o saiba manter,como ...um segredo...”

 

Cada homem que ocupou o cargo de grão-mestres dos Templários, foi o comandante supremo dos Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão (também conhecido como os Cavaleiros Templários), iniciado por Hugo de Payens, como fundador, em 1118. Enquanto muitos grão-mestres optaram por manter a posição para a vida, a abdicação não era desconhecida. Alguns grão-mestres escolheram por deixar a vida nos mosteiros ou diplomacia.

 

Os grão-mestres muitas vezes, levaram os seus Cavaleiros na linha da frente da batalha e os inúmeros perigos profissionais de batalha, fizeram de seu exercício do cargo em curto prazo. Cada país tinha o seu próprio Mestre, e os Mestres comunicantes do Grão-Mestre. Ele supervisionou todas as operações da Ordem, incluindo as operações militares na Terra Santa e da Europa Oriental, e as transações financeiras e de negócios em infra-estrutura da Ordem da Europa ocidental. O Grão-Mestre controlava as acções da ordem, mas ele era esperado para agir da mesma forma que o resto dos Cavaleiros. Mais tarde, o Papa emitiu a Bula Papal em nome dos Templários, o Grão-Mestre foi obrigado a responder perante Roma.

         

 

Os Templários consideravam e figuravam nas suas cerimônias iniciáticas a compatibilidade da ciência com a essência divina. Buscavam a perfeição humana, a retidão nas ações, o respeito pelos semelhantes, o amor pela família, piedade para com os enfermos e doçura para as crianças. O sentido da moral era de enorme importância, já que a obtenção da felicidade celeste chegaria à medida que fosse justo, bom, valente na guerra e leal na paz.

Os Templários iniciaram um culto que talvez usasse de certo gnosticismo eclético, o que originou aos faltos de entendimento lhes atribuir à prática de cultos heréticos; pela simples razão de ignorância e inveja. Criavam entre si uma harmoniosa forma que conjugava os princípios de várias religiões, conciliando o Politeísmo em sua essência com os mistérios mais profundos do Cristianismo. Foram instituídas algumas regras iniciáticas é certo; no entanto existem algumas particularidades mais eloqüentes acerca da apreciação dessas mesmas formas certos historiadores discordam outros apóiam, mas, no entanto apenas se faz menção de constar:

Que as regras se estendem por sete degraus: três elementares, três filosóficos e um cabalístico (cabala)  denominados:Adepto, Companheiro,Mestre Perfeito,Cavaleiro da Cruz,Cavaleiro do Oriente.A fé unida à ciência discernia a verdadeira da falsa doutrina:fiéis eram aos princípios bíblicos,convertendo o evangelho como modelo capital do dia a dia.

Há uma limitação em se aproximar da saga dos templários, dentro de uma ótica profana, historicista, moderna. A verdadeira compreensão é possível a partir da regressão no tempo e poder assim chegar ao entendimento das estruturas sociais, político e religiosas da época. Partindo do princípio de que todas as religiões eram boas porque visavam o aperfeiçoamento moral, e intelectual e material da humanidade. O conhecimento dos monges era de uma sabedoria superior, eles não consideravam os Céus como expressão exclusiva de qualquer sistema religioso, mas comum a todos os sistemas. Não admitiam o ser vingativo,inflexível ante as fraquezas humanas, mas propensos ao perdão,símbolo da bondade e justiça.

As contrafações que surgiram após a era dos Templários podem ter sido a inspiração de suas práticas pelos que hoje se auto intitulam ordens maçónicas,de ai o surgimento de falsas doutrinas,iniciações e outros bla´,blás,que levam os incrédulos e sedentos de mistérios e coisas ocultas a disparatarem da verdadeira identidade de homens cuja alma se erguia das trevas para a luz. O que fazem agora estes pseudo-seguidores podem sim em algum momento ter imitado certas práticas; mas de que serve adotar estes preceitos. A transmissão real da doutrina não se manteve. Com o fim dos Templários, chegou-se ao fim de um período da história.

Mas no entanto poderemos seguir no rasto de sua verdadeira identidade e vamos no contexto da pesquisa verificar vários aspetos dos Templários e dos mais tarde chamados Cavaleiros de Cristo em Portugal. Sua influência foi de grande importância para Portugal, seu legado pelo mundo é de inigualável coragem e determinação.


 


 

TEXTOS
CAVALEIROS TEMPLÁRIOS I.pdf (517,3 kB)
OS TEMPLÁRIOS EM SEU AUGE.pdf (719,2 kB)
BRAZÃO DE ARMAS.pdf (209,7 kB)
BRAZÃO DE ARMAS DA ORDEM DE AVIS.pdf (40,1 kB)
ORDEM DE CALATRAVA.pdf (156,2 kB)
 

                                  

 SLAYDS  

  CAVALEIROS TEMPLARIOS.pps (5,3 MB)

  CAVALEIROS TEMPLÁRIOS.ppsx (3,7 MB)

 

  

 

"Gnose é a firme compreensão da Verdade Universal que, por meio de razões invariáveis, nos leva ao conhecimento da Causa...". " Não é a Fé, mas sim a Fé unida às Ciências, a que sabe discernir a verdadeira da falsa doutrina. Fiéis são os que apenas, literalmente, crêem nas escrituras. Gnósticos, são os que, aprofundando o sentido interior, conhecem a verdade inteira". " Só o Gnóstico é, por essência, piedoso ". " O homem não adquire a verdadeira sabedoria, senão quando escuta os conselhos duma voz profética que lhe revela a maneira porque foi, é e será tudo quanto existe."

O Gnosticismo dos Templários é uma nova mística, que ilumina os Evangelhos e que os interpreta à Luz da Razão Humana.


O Mestre Perfeito, entra de olhos vendados. Ajoelha e faz a sua prece: " A nossa consciência é que é o juiz das nossas acções. A ignorância é o verdadeiro pecado. O inferno é uma hipótese, o céu uma esperança". "Chegou o momento de trocarmos as arma homicidas, pelos instrumentos da Paz entre os Homens. A missão do Cavaleiro da Cruz é amar o próximo como a si mesmo. As guerras de religião são monstruosidades causadas pela ignorância, geradas pelo fanatismo. As energias activas, devemos orientá-las no sentido do Amor e da Beleza; mas, não se edifica uma obra de linhas esbeltas sem um sentimento estético apolíneo, que só se adquire pelo estudo que conduz ao aperfeiçoamento moral e espiritual". As boas obras dependem das boas inclinações da vontade, que nos pode conduzir à realização das boas acções ”.


" A Ciência deu-nos meios de podermos aperfeiçoar a Moral dos antigos, mas a inteligência diz-nos que além da Ciência existe a Harmonia Divina ". " Das acções humanas, segundo Platão, deverá o homem passar à Sabedoria, para lhe contemplar a Beleza ”. Apenas os profundamente convictos, isentos de dúvidas e fortes na sua crença de que acima da natureza só existia a própria natureza evoluída, é que recebiam a consagração da investidura do Grau.


" A natureza mortal procura quanto pode, para se tornar imortal. Não há, porém, outro processo senão o do renascimento que substitui um novo indivíduo a um indivíduo acabado". " Com efeito, apesar de se dizer do homem que vive do nascimento até à morte e que é o mesmo durante toda a vida , a verdade é que não o é, nem se conserva no mesmo estado, nem o compõe a mesma matéria ". " Morre e nasce sem cessar, nos cabelos, na carne, nos ossos, no sangue, numa palavra: em todo o seu corpo e ainda na sua alma ". " Hábitos, opiniões, costumes, desejos, prazeres, jamais se conservam os mesmos. Nascem e morrem continuamente ".

" E, aquele que acaba, deixa em seu lugar um outro semelhante .
Todos os mortais participam da imortalidade. No corpo e em tudo o mais ”

 

Gnóstico é aquele que conhece a revelação interior ou oculta desvelada e que também compreende a revelação exterior ou pública velada. Ele não é alguém que descobriu a verdade a seu respeito por meio de sua própria desamparada reflexão, mas alguém para quem as manifestações do mundo interior são mostradas e tornaram-se inteligíveis. O início da Perfeição é a Gnosis do Homem, porém a Gnoses de Deus é a Perfeição aperfeiçoada. "Aperfeiçoamento" é um termo técnico para o desenvolvimento na Gnosis, sendo o Gnóstico realizado conhecido como o "perfeito” “Somente o batismo não liberta, mas sim, a gnosis, o conhecimento interior de quem somos o que nos tornamos, onde estamos, para onde vamos. O que é nascimento, o que é renascimento".

 

"Gnosis sobre quem éramos e no que nos tornamos; onde estávamos e aonde viemos parar; para onde nos dirigimos e onde somos redimidos; o que é a geração, e o que é a regeneração". (Extratos de Theodotus) Segundo a doutrina, Cristo se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo materiais terreno, para conduzi-los ao mundo espiritual mais elevado.

 

Segundo algumas linhas gnósticas, Cristo não veio em carne e nunca assumiu um corpo físico, nem foi sujeito à fraqueza e às emoções humanas, embora parecesse ser um homem, enquanto a principal linha de gnosticismo cristão, a Valentiniana defende a tesepróxima da doutrina cristã nascida no Século V, segundo a qual há em Jesus Cristo duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, sendo Cristos (o ungido) o éon celestial que a um tempo se une a Jesus.

 

Alguns historiadores afirmam que o apostolo João se refere a esse assunto quando enfatiza que "o Verbo se fez carne" (Jo l.14) e em sua primeira epistola que "todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus..." (l Jo 4.3). Os escritos joaninos são do final do primeiro século, quando nasceu o gnosticismo. No entanto, muitas comunidades gnósticas tinham o Evangelho de João em alta conta.


   



 

 

VIDEOS

youtu.be/nmOKHvQq7_o       TEMPLÁRIOS I
youtu.be/kFlObfv6LV4       TEMPLÁRIOS II

youtu.be/8tdd9QLXtQ0       TEMPLÁRIOS III

youtu.be/Mp4P9Irw9qM       TEMPLÁRIOS IV

ORDEM DE AVIS E ORDEM DE CALATRAVA
ORDEM DE AVIZ I.pdf (264 kB)
 
 
 
 


TEXTOS
ORDEM DE CRISTO.pdf (689,3 kB)
FROTA TEMPLÁRIA.pdf (385,5 kB)
 
 
 

 

 

Até poucos anos antes da catástrofe, a Ordem dos Templários era a mais prestigiada das três milícias de Cristo formadas ao tempo em que Jerusalém ainda se encontrava sob o controle direto dos príncipes cristãos.

 Depois da expulsão deles da Terra Santa, por ocasião da queda de São João d´Acre frente os muçulmanos, em 1291, os Cavaleiros Hospitalários confinaram-se na ilha de Chipre, e, mais tarde, na Ilha de Malta, enquanto que os Cavaleiros Teutônicos, de volta à Alemanha, mobilizaram-se na conquista das terras de poloneses pagãos. Os Templários, todavia, viram-se geograficamente mais favorecidos, pois se hospedaram em Paris, quase no coração da Europa de então.

As sedes deles, mais numerosas na França (um total de 704 conventos e prelazias), espalhavam-se pela Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e Portugal. As suas propriedades totais somavam há mais de nove mil tipos diferentes. Devendo obediência apenas ao papa, sempre ausente ou distante, na prática usufruíam a mais completa autonomia em relação aos reinos, bispados e baronatos que os acolhiam. Um monge templário somente obedecia ao seu superior hierárquico: o grão-mestre.

 

CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

Itens: 1 - 10 de 25

 

“... OS SIMBOLOS ESCONDE TANTO COMO REVELA E AS PALAVRAS SÃO SOMENTE A VERDADE APROXIMADA... OS SIMBOLOS SÃO SÓ GUIAS, NÃO SÃO GARANTIAS...”

GODOFREDO DE BOUILLON.

Era um cavaleiro intrépido, famoso pela sua coragem, e a quem mais se devia a vitória. Quando lhe perguntavam de onde vinha a força para cortar um homem ao meio só com um golpe, ele dizia que suas mãos nunca se tinham manchado com pecados de impureza.Ao ser eleito rei de Jerusalém, recusou dizendo que “não queria ser coroado com ouro onde Jesus o fora com espinhos”. Aceitou somente o título de Barão e Defensor do Santo Sepulcro.
A cidade muçulmana de Arsur se rebelou. O exército cristão veio então cercá-la com torres rolantes e aríetes.

Os muçulmanos, percebendo que teriam de capitular, tomaram um refém, Gerard d’Avesnes, e o amarraram a um mastro no alto das muralhas. Assim o cavaleiro seria morto pelas armas cristãs, ou, se o cerco continuasse, pelo sofrimento. O Duque de Lorena aproximou-se então do lugar do suplício, e disse ao cavaleiro: “Eu não vos posso salvar. Morrei, pois, ilustre e bravo cavaleiro, com a resignação de um herói cristão. Morrei para a salvação dos vossos irmãos e para a glória de Jesus Cristo”.

 As palavras de Godofredo deram ânimo a Gerard d’Avesnes, não só para morrer, mas para mais ainda: quis, mesmo depois de morto, continuar de algum modo a luta pela causa da Igreja. Para isto recomendou que suas armas e seu cavalo fossem entregues ao Santo Sepulcro. A batalha continuou, mas Godofredo de Bouillon não conseguiu tomar a cidade.

 Pareceu então que Deus não recompensara a generosidade tão grande de seus filhos, e que o sacrifício de Gerard d’Avesnes fora infrutífero. Um dia, porém, Gerard d’Avesnes entrou em Jerusalém montado num belíssimo cavalo branco.
Impressionados pelo heroísmo de Godofredo de Bouillon e do supliciado, os muçulmanos haviam-no retirado do madeiro, e mais tarde o libertaram.Deus, que nunca abandona seus filhos e não se deixa vencer em generosidade, tinha conseguido mover o coração dos infiéis, fazendo-os reconhecer com admiração a grandeza dos cristãos.

              BALDUINO IV          

  

Balduíno IV foi o último rei de Jerusalém com espírito de Cruzada. Guy de Lusignan, seu sucessor, foi um interesseiro, sob cujo reinado a Civilização Cristã perdeu a posse da Cidade Santa. Na história das Cruzadas, nada é mais emocionante que o reinado doloroso de Balduíno IV. Nada, entre os vários exemplos famosos, pode atestar melhor o império de um espírito de ferro sobre uma carne débil.

 

 Foi um rei sublime, que os historiadores tratam só de passagem, o que faz perguntar por que até aqui nenhum escritor se inspirou nele, exceto talvez o velho poeta alemão Wolfram von Eschenbach. Nem o romance nem o teatro o evocam, entretanto sua breve existência cheia de acontecimentos coloridos forma uma apaixonante e dilacerante tragédia. O destino sorria à sua infância. Robusto e belo, ele era dotado da inteligência aguçada de sua raça angevina (de Anjou). Tinha sido dado a ele por preceptor Guilherme de Tyr, que se tomou de “uma grande preocupação e dedicação, como é conveniente a um filho de rei”.

 O pequeno Balduíno tinha muito boa memória, conhecia suficientemente as letras, retinha muitas histórias e as contava com prazer.Um dia em que brincava de batalha com os filhos dos barões de Jerusalém, descobriu-se que tinha os membros insensíveis: “Os outros meninos gritavam quando eram feridos, porém Balduíno não se queixava. Este fato se repetiu em muitas ocasiões, a tal ponto que o arquidiácono Guilherme alarmou-se.

Primeiro pensou que o menino fazia uma proeza para não se queixar. Então perguntou-lhe por que sofria aquelas machucaduras sem queixar-se. O pequeno respondeu que as crianças não o feriam, e ele não sentia em nada os arranhões. “Então o mestre examinou seu braço e sua mão, e certificou-se de que estavam adormecidos” (L’Eraclès). Era o sinal evidente da lepra, doença terrível e incurável naquele tempo. Os médicos aos quais foi confiado não podiam sustar a infecção, nem mesmo retardar a lenta decomposição que afetaria suas carnes. Toda sua vida não foi senão uma luta contra o mal irremissível.

Mais ainda, muito mais: foi testemunho dos poderes de um homem sobre si mesmo e da encarnação assombrosa dos mais altos deveres. Balduíno IV foi um rei digno de São Luís, um santo, um homem enfim — e é isso, sobretudo, que importa à nossa admiração sem reticências — a quem nenhuma desgraça chegou a destruir o vigor de alma, as convicções, a altivez, as qualidades de coração, o senso das responsabilidades, dos quais ele hauria o revigoramento da coragem.No fim de 1174, Saladino, senhor do Egito e de Damasco, veio sitiar Alepo. Os descendentes de Noradin pediram socorro aos francos.

 Raimundo de Trípoli atacou a praça forte de Homs e Balduíno IV empreendeu uma avançada vitoriosa sobre Damasco. Estas iniciativas fizeram com que Saladino abandonasse seu desejo inicial. Em 1176 o sultão voltou à carga, e a mesma manobra frustrou seus planos. Balduíno venceu seu exército de Damasco, em Andjar, e trouxe um belo lucro da expedição. Nesta ocasião ele tinha quinze anos.Apesar de sua doença, cavalgava como um homem de armas, empunhando eximiamente a lança. Nenhum de seus predecessores teve tão cedo semelhante noção da dignidade real de que estava investido, e de sua própria utilidade.

 Percebendo as rivalidades existentes entre os que o cercavam, compreendeu quão necessária era sua presença à cabeça dos exércitos católicos. Mas que calvário deveria ser o seu! Aos sofrimentos físicos juntava-se a angústia moral: seu estado impedia-o de se casar, de ter um descendente. Ele não era senão um morto-vivo, um morto coroado, cujas pústulas e purulências se disfarçavam sob o ferro e a seda, mas que se mantinha de pé e se lançava à ação, movido não se sabe por que sopro milagroso, por que alta e devoradora chama de sacrifício.

 

 Um novo cruzado — Filipe de Alsácia, conde de Flandres e parente próximo de Balduíno IV — acabava de desembarcar. O pequeno rei esperava muito desse apoio. Estava claro que era necessário ferir Saladino no coração de seu poderio — isto é, no Egito — se se quisesse abalar a unidade muçulmana. Era isso, precisamente, o que propunha o basileus, imperador de Bizâncio. O Egito, uma vez conquistado em parte, Damasco não poderia deixar de subtrair-se ao poder cambaleante de Saladino.

 Mas Filipe de Alsácia opinava de outra forma. Ninguém poderia impedi-lo de ir guerrear na Síria do Norte, e, o que era mais grave, de levar consegue parte do exército franco. Saladino respondeu invadindo a Síria do Sul. Balduíno reuniu o que lhe restava da tropa, desguarneceu audaciosamente Jerusalém e partiu para Ascalon, onde Saladino investia. Este, logo que foi informado, subestimou seu adversário. Ele acreditava que a queda de Ascalon era uma questão de dias, e marchou sobre Jerusalém com o grosso de seu exército. Balduíno compreendeu suas intenções. Saiu de Ascalon, fez um longo périplo e caiu repentinamente sobre as colunas de Saladino, em Montgisard.

O efeito da surpresa não compensava a desproporção dos efetivos em luta, e Balduíno sentiu a hesitação dos seus. Desceu do cavalo, prosternou-se com o rosto na areia, diante do madeiro da verdadeira Cruz, que era levada pelo Bispo de Belém, e orou com a voz banhada de lágrimas. Com o coração convertido, seus soldados juraram não recuar, e considerariam traidor quem voltasse atrás. Rodeando o Santo Lenho, o esquadrão de trezentos cavaleiros se lançou impetuosamente. “O vale entulhava-se com a bagagem do exército de Saladino — diz Le Livre des Deux Jardins — os cavaleiros francos surgiam ágeis como lobos, latindo como cães. Atacavam em massa, ardentes como uma chama”. E puseram em fuga o invencível Saladino.

 

 Se este salvou a pele, foi graças à rapidez de seu cavalo e ao devotamento de sua guarda. Retornou ao Egito, abandonando milhares de prisioneiros. Balduíno logrou, enfim, uma vitória sem precedentes. No ano seguinte Balduíno edificou o Gué-de-Jacob, fortaleza destinada a defender a Galiléia dos ataques de Damasco. Guilherme de Tyr pretende que isso tenha sido feito pelas prementes solicitações de Odon de Saint-Amand, grão-mestre do Templo. Em todo caso, qualquer que tenha sido o inspirador da idéia, não há dúvida quanto à importância estratégica de Gué-de-Jacob.Em 1179 Saladino invadiu a Galiléia. Balduíno foi ao seu encontro, tentando surpreendê-lo como tinha feito em Montgisard. Mas como os muçulmanos se contivessem, ele foi cercado e caiu prisioneiro. Muitos foram mortos e presos nesse dia. Pouco depois Saladino tomou Gué-de-Jacob e fez executar todos os templários que a defendiam.

Sybila, irmã do rei, acabava de casar — contrariamente aos interesses de Estado — com Guy de Lusignan, homem de beleza discutível, sem fortuna e sem talento. Balduíno, pressionado pelos seus, minado pela doença, tinha consentido nessa união e dado a Lusignan os condados de Jaffa e Ascalon. Tão logo a insignificância do marido de Sybila se manifestou, atiçaram-se as esperanças dos senhores feudais. Contava-se que o irmão de Lusignan, comentando o casamento, disse: “Se Guy for Rei, eu deveria ser Deus!” Tal a mediocridade que lhe era atribuída. Nessa mesma ocasião, Isabel de Jerusalém desposava Anfroi de Toron, filho indigno de seu pai, o falecido condestável de Jerusalém, morto em defesa do rei.

 

 O estado de Balduíno IV piorava dia a dia. Foi uma provação para sua mãe — que não tinha boa fama — e para a roda de seus cortesãos ambiciosos e amorais, ver a aproximação de Balduíno com Raimundo de Trípoli, único homem capaz de o aconselhar sabiamente.Nesse momento reapareceu, libertado dos cárceres muçulmanos, o antigo príncipe de Antioquia, Renaud de Châtillon. Logo recomeçou suas aventuras, assaltando uma importante caravana de peregrinos com destino a Meca.

 Esse ato rompia a trégua assinada por Balduíno IV e Saladino e ofendia as convicções religiosas dos muçulmanos, a cujos olhos o atentado afigurava-se monstruoso. Intimado pelo rei a devolver os prisioneiros e o produto da pilhagem, ele recusou-se com arrogância, tornando assim evidente a incapacidade do doente de se fazer obedecer. Imediatamente Saladino acorreu do Egito e invadiu a Galiléia, incendiando e devastando as colheitas, capturando rebanhos e semeando pânico por toda parte. Renaud de Châtillon suplicou ao rei que salvasse seus feudos.

 

 Balduíno concedeu, vencendo Saladino em julho de 1182. Em agosto, o infatigável maometano tentou tomar Beyrouth por uma ação combinada por terra e mar. Uma vez mais Balduíno afastou o perigo. Impediu Saladino de se apoderar de Alepo e conduziu uma expedição até os subúrbios de Damasco. Assim, por toda parte, graças à sua energia sobre-humana, e ainda que daí em diante ele se fizesse carregar em liteira para as batalhas, o heróico leproso levava vantagem sobre o genial muçulmano.

 Ele começava, entretanto a perder a vista, a não poder mais se servir de seus membros. Os que lhe eram mais chegados o pressionavam a abandonar os afazeres do reinado, ou ao menos passar parte de suas responsabilidades a Guy de Lusignan. Pode-se bem imaginar o drama interior desse rei de 22 anos, corroído por úlceras, semi-paralisado e quase cego, cercado pelas sombras da desconfiança e dos maus pressentimentos, atormentado de um lado pelas insinuações e sugestões pérfidas dos seus, e de outro pela alta ideia que ele fazia de sua missão de rei. Se a lepra o enfraquecia, se ele não podia ter esperanças de se curar, sempre, entretanto, encontrava novas forças e resistia da melhor forma às ciladas da camarilha.

Como a doença entrasse numa fase evolutiva, ele devia lutar contra ela, e, sobretudo contra a tentação de abandonar tudo para morrer em paz. Foi num desses períodos que ele consentiu, se bem que a contragosto, em investir Guy de Lusignan na regência do reino. No primeiro encontro com Saladino, Lusignan deixou o exército franco ser massacrado. Recusou com altivez prestar contas a Balduíno IV, que o destituiu de seu cargo. Para evitar que, pela complacência de Sybila, Lusignan se tornasse rei de Jerusalém após sua morte, designou seu sucessor o pequeno Balduíno V, filho de Guilherme “Longue Epée”.

 

 Como a situação da Terra Santa estivesse desesperadora, ele enviou uma embaixada ao Ocidente, composta pelo Patriarca de Jerusalém, pelo Mestre do Hospital e pelo Mestre do Templo, o velho Arnaud de Torrage.Renaud de Châtillon, que indiretamente tinha ajudado o rei a se desembaraçar de Lusignan, achou-se autorizado a retomar suas pilhagens, agora na mais alta escala. Armou uma frota, que foi transportada ao Mar Vermelho em dorso de camelo. Devastando portos, interceptando comboios, essa frota ameaçou por algum tempo o caminho para Meca. Saladino, excitado até o cúmulo do furor, destruiu os navios de Renaud e depois o sitiou em sua própria fortaleza, o Krac de Moab.

Navio Templário "O Falcão do Tempo"

 Balduíno IV reapareceu, agonizando em sua liteira, para lhe fazer frente. Saladino retirou-se. O último ato de Balduíno IV foi o de reunir em São João d’Acre o parlamento de seus barões. Guy de Lusignan, incapaz e rebelde, foi então oficialmente afastado do trono, e — o que não era senão justiça e sabedoria — a regência foi confiada a Raimundo de Trípoli. Mais tarde, a 13 de março de 1185, o mártir rendeu sua alma a Deus, em presença se seus vassalos, dignitários e bons companheiros de guerra. Até os infiéis lhe tributaram homenagens.


(Fonte: Georges Bordonove, “Les Templiers”, in “Catolicismo” nº 303)

 

A FROTA TEMPLÁRIA

              

A Ordem do Templo (1119-1312) angariou justa reputação por sua bravura militar e seu zelo religioso, além de um bom punhado de aspectos controvertidos que persistem até os dias atuais. Excelentes soldados que combatiam até o martírio, possuidores orgulhosos de seus próprios bens (malgrado o voto de pobreza dos irmãos), os templários amealharam, ao longo de seus quase duzentos anos de existência formal, um patrimônio formidável, que incluía uma esquadra naval. Desde os primórdios, os pobres cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão souberam empregar as crescentes e abundantes doações em terras européias, que suprissem a Ordem no teatro de operações do Oriente. Produzia-se vinho, trigo, aveia, suprimentos, armas, lã, roupas e outros gêneros – assim como se criavam cavalos, fundamentais à ordem – em commanderies, granjas e fazendas em França, Inglaterra, Escócia, Itália1; e toda a produção sustentava a Ordem naquilo que era sua raison d’être: a Cruzada contra o infiel na Terra Santa.

 A impressionante quantidade de víveres e toda sorte de bens e produtos que os templários precisavam fazer trafegar no Mediterrâneo – mas também no Atlântico e no Adriático – sugere que em algum momento a Ordem optou por ter uma frota própria, adaptando-se assim às peculiaridades do comércio portuário, da carpintaria naval e dos estatutos das cidades marítimas, que faziam da navegação sua riqueza. Controverte-se a respeito do tamanho desta esquadra. Uma vertente diz que ela foi pequena, louvando-se na escassez de registros sobre navios templários – argumento, aliás, desenganadamente frágil2; outros estudiosos defendem que os templários alugavam navios, enquanto outros ponderam que não deveria fazer parte das diretrizes estratégicas da Ordem ter vasos – fossem cargueiros ou de guerra –, porque suas prioridades eram efetivos e imobiliário no Oriente.

 

É legítimo, no entanto, acreditar que o Templo teve sua própria frota. Primeiro, porque nos revelam os nomes de algumas de suas naus: o Falcão do Templo – nau capitânea no Mediterrâneo –, o Templere, o Buteo do Templo, o Buscart do Templo, além de outros como o Grande Navio (do Templo).Rosa do templo o boa ventura, Santa Anna, o Angelica. Segundo, porque o estilo templário era considerada sua envergadura patrimonial e sua missão, não depender de nada nem de ninguém: tinham sua regra, suas propriedades, seus castelos, suas igrejas, seus empregados, seus capelães, seus créditos, seus expedientes bancários: porquê não teriam – quando menos a médio prazo – seus próprios navios?Os cruzados chegam à Constantinopla (iluminura do Séc. XV)

 Além disso, é razoável pensar que a Ordem, tendo que cruzar principalmente o Mediterrâneo para escoar sua produção – voltada para a subsistência dos irmãos no Ultramar –, e o fazendo em escala monumental, tenha em algum momento resolvido emancipar-se de terceiros e se valer de seus próprios navios. Muito cedo, os templários viram que sua navegação podia, além de diminuir os custos, lhes render lucro – aliás, como tudo em que colocaram as mãos –, cobrando para transportar peregrinos que preferiam fazer a travessia marítima confortavelmente escoltada pelo pavilhão da Ordem. O transporte de irmãos, empregados, bens e produtos era para o Templo uma tarefa imprescindível, malgrado rotineira; nos Estados Latinos do Oriente, os irmãos sofriam sucessivos revezes, o que obrigava a uma permanente reposição de quadros, equipamentos e víveres. Assim o foi ao longo de toda a existência da Ordem, até a queda de Acre (1291).

Ser independente do ponto de vista naval significava muito, estratégica e economicamente, para os templários. Uma vez que a ligação Ocidente-Oriente era vital, esse tráfego só poderia ser feito com proveito se a Ordem não ficasse à mercê de oscilações de aluguel, indisponibilidades temporárias ou restrições corporativas que poderiam perfeitamente estrangular a comunicação mediterrânea, fazendo agonizar as bases templárias na Palestina.

Embora se questione a utilização da esquadra templária em batalhas marítimas, sabe-se que na última década do Século XIII o grão–mestre Jacques de Molay ordenou pressão sistemática de seus cavaleiros baseados em Chipre contra os mamelucos mediante incursões navais ao longo da costa egípcia, além de manter uma guarnição em Ruad10, na costa síria. Os templários tinham dois importantes portos: La Rochelle, atlântico, e Marselha, mediterrâneo. Na França mediterrânea, a presença da Ordem nas cidades portuárias era impressionante: desde Collioure, nos Pirineus Orientais (quase Espanha), passando por Montpellier, Aigues Mortes, seguindo rumo leste por Toulon, St. Tropez, St. Raphaël, Antibes, Nice, Villefranche-sur-Mer, Beaulieu, Mônaco, até Menton, na fronteira com a Itália.

 

Na Itália, os templários operavam no Adriático em Brindisi, Barletta, Trani, Fari; e em Messina, na Sicília, junto ao Tirreno. Na Espanha, tinham bases navais importantes, ou castelos, em Maiorca, Tenerife, Alicante e Peñíscola; em Portugal, usavam o Porto de Serra d'El Rei, um enclave portuário erigido por Gualdim Pais, legendário Mestre do Templo português, além de estarem sediados em Chipre.

 

               

 Acre foi o mais importante porto templário. De fato, a única vez que a regra menciona navios da Ordem, o faz referindo-se ao comando da casa naquela cidade11; quatro anos após a queda de Jerusalém (1187), a cidade tornou-se o quartel-general das ordens militares nos Estados Latinos do Oriente. Além dela, os templários fundeavam suas naus, na Terra Santa, nos portos de ‘Atlit, Cesaréia, Tiro, Sidon, Gibelet, Tripoli, Tortosa e Antioquia.

 Com a queda de Acre, em 18 de maio de 1291 – onde o Falcão do Templo12 teve destacada atuação, resgatando mulheres, crianças, civis, dignitários ocidentais e riquezas, conduzindo-os a ‘Atlit –, a Ordem concentrou suas atividades em Paris13. Em breve a frota perderia seu sentido prioritário de transporte para o Oriente; era o início do fim.

Da ação-relâmpago que o rei Felipe o Belo desencadeou, em 13 de outubro de 1307, contra os templários na França, repontou uma dúvida que perdura há séculos sobre o tesouro do Templo. Especula-se, entre outras hipóteses, que dignitários da Ordem teriam embarcado com as riquezas templárias em 18 navios, ancorados em La Rochelle14: a sorte do tesouro do Templo estaria, assim, inexoravelmente ligada à de suas embarcações...

 Mas qual o destino da frota templária? É possível que os navios tenham tido destinos diferentes; informações fragmentárias apontam portos escoceses, cipriotas, portugueses, ou aproveitamentos em ações piratas, por represália ou ofício. De todo modo, é seguro afirmar que Portugal auferiu benefícios imediatos deste desmantelamento: de La Rochelle, os templários que se fizeram ao mar para evitar o confisco das naus aportaram no Porto de Serra d'El Rei, na costa portuguesa.

 Os templários eram tradicionais aliados da Coroa portuguesa contra o infiel e fruíam há quase dois séculos de um extenso patrimônio e uma série de privilégios em Portugal. Contrário à perseguição da Ordem, o rei dom Dinis reteve todos os direitos e bens templários até conseguir obter do papa, em 1309, a criação da Ordem de Cristo, legítima sucessora do Templo no reino português; todo o conhecimento naval dos templários em matéria de rotas marítimas, comércio, tecnologia e construção passaram, assim, à nova Ordem, que assumiu uma ostensiva vocação naval.

O Infante dom Henrique, o Navegador, que se sagrou cavaleiro da Ordem em 1415, devotou expressivo tempo aos estudos e pesquisas na base naval de Lagos, no Algarve. A lendária Escola de Sagres – patrocinada pela riqueza da Ordem de Cristo – investiu em conhecimento naval de ponta e fez de Portugal o maior império marítimo da época; e as conquistas feitas por navegadores como Vasco da Gama, Bartolomeu Dias e Pedro Álvares Cabral, vinculados à Ordem, parecem confirmar que uma parte precio sa do Tesouro do Templo era nada menos que sua indefectível mestria nos mares.

 1 Em Portugal e Espanha a Ordem teve um papel quase exclusivamente militar, por força das campanhas cruzadas que então tinham lugar ali.

2 Provavelmente destruiu-se o arquivo principal da Ordem quando os turcos otomanos tomaram Chipre, em 1571. Em 30 de setembro de 1943 os alemães incendiaram criminosamente o inestimável Arquivo Angevino – coleção de 500.000 documentos que cobriam o período 1265-1435 –, que estava depositado em Nápolis; importantes informações da vida naval templária perderam-se neste atentado à civilização. Benedetto Croce propôs a publicação de um volume dos registros angevinos reconstituídos, o que ocorreu seis meses mais tarde.

3 Le Faucon du Temple, assinalado em Acre em 1291 e em Chipre em 1301, segundo o Notai Genovesi in Oltremare, 1300-1301.

4 Le Templère, Le Buszard du Temple e Le Buscart du Temple (este último, intraduzível) operavam em La Rochelle no transporte do vinho do Poitou para a Inglaterra, segundo registros de 1230-1231 (Public Records, Londres);

5 La Gran Nave, aparentemente fundeada em La Rochelle. Alugada e depois vendida ao rei da Inglaterra Henrique III, segundo Malcolm Barber (Supplying the Crusader States: The Role of the Templars, em Crusaders and Heretics, 12th-14th Centuries, pág. 324, Variorum (Ashgate Publishing), Aldershot, 1995).

6 La Rose du Temple consta dos registros de Marselha de 1288-1290, assim como La Bonne Aventure (1248).

7 Santa Anna, em operação no porto cipriota de Famagosta em 1302 (Notai Genovesi in Oltremare, 1302).

8 O Angelica figura como um dos navios do Templo registrados no Arquivo Angevino durante o período 1270-1274, assistindo o sul da Itália.

9 No processo dos templários há uma referência a um oficial da Ordem chamado “mestre de travessias” (master of passages), operando em Marselha; a informação é de Malcolm Barber (The New Knighthood – A History of the Order of the Temple, pág. 238, Cambridge University Press, Cambridge, 1998).

 

 

10 Ruad – ilha próxima ao porto de Tortosa, na Síria – foi tomada pelo Templo em 1300. Em 26 de setembro de 1302, duzentos templários, centenas de arqueiros e homens e mulheres sob o comando do marechal da Ordem, Barthélemy de Quincy (que morreu no combate), finalmente capitularam, após o desembarque da frota mameluca. Embora a rendição tenha sido à condição de uma retirada segura, os mamelucos romperam o acordo e executaram imediatamente todos os sírio-cristãos. Feitos prisioneiros, os templários foram levados para o Cairo, onde morreram de fome e maus-tratos após anos e anos recusando-se a abjurar a fé cristã, mesmo com a promessa contínua de receberem “muitas riquezas e bens”.

11 “119. (...) Todos os navios pertencentes à casa em Acre estão sob o comando do Comandante da Terra. E o comandante da cúpula de Acre e todos os irmãos que estão sob as suas ordens e seu comando, e todas as coisas que os barcos transportam devem ser entregues ao Comandante da Terra. (...)”. Este artigo estava na Seção dos Retrais do Comandante da Terra de Jerusalém e do Reino; isso significa que foi escrito antes de 1187, já que tal dignidade deixou de existir com a perda de Jerusalém. Também o artigo 122 obvia este dado cronológico: menciona-se a guarda da Verdadeira Cruz, que os templários perderam na terrível batalha de Hattin (4 de julho de 1187).

12 O Falcão do Templo, comprado dos genoveses, tinha como capitão o marinheiro Roger de Flor, cujas virtudes navais o fizeram sargento do Templo. Era o maior navio da época, e parece ter-se dedicado – além do tráfego ordinário – a ações templárias de pirataria no Mediterrâneo. Com a queda de Acre, Roger de Flor entregou-o ao Templo em Marselha.

13 A queda de Acre ocasionou a mudança do quartel-general dos templários para Chipre; após o inicidente de Ruad, a Ordem começou a ficar à deriva no Oriente.

14 Segundo o historiador alemão Heinrich Finke, em 1308 o templário Jean de Chalons declarou ao Papa, em Poitiers, que Gerard de Villiers – preceptor do Templo – escapou com 50 cavaleiros em 18 navios da Ordem em La Rochelle, levando também o tesouro da Ordem.

 

por:Alexandre Camanho de Assis

officina ar fium

 

CAVALEIROS TEUTÓNICOS

A Ordem dos cavaleiros teutônicos de Santa Maria de Jerusalém, conhecida apenas como Ordem Teutônica (em latim: Ordo Domus Sanctæ Mariæ Theutonicorum) foi uma ordem militar cruzada, vinculada à Igreja Católica por votos religiosos pelo Papa Clemente III, formada em Acre, na Palestina, na época das Cruzadas, no final do século XII. Usavam sobrevestes brancas com uma cruz negra.

A Ordem Teutônica foi uma das mais poderosas e influentes da Europa. A maioria dos seus membros pertencia à nobreza, inclusive a família real prussiana e outros nobres germânicos. Os soberanos e a nobreza dos antigos estados antecessores da atual Alemanha, inclusive a família soberana do Império Alemão (1871-1918) e da Prússia (1525-1947) (os von Hohenzollern), eram membros da ordem.

Em 1143 o Papa Celestino II ordenou a Cavaleiros Hospitalários para assumir a gestão de um hospital alemão em Jerusalém, que, de acordo com o cronista Jean d'Ypres, acomodou inúmeros peregrinos e cruzados alemãos, que não podiam nem falar a língua local (ou seja, francês antigo) nem latim (ignorantibus linguam patriae LatinAm atque). No entanto, embora formalmente uma instituição dos Hospitalários, o papa ordenou que os irmãos do Theutonicorum domus (casa dos alemães) deveriam ser sempre alemães, estabelecendo assim a tradição de uma instituição religiosa na Palestina.

Após a perda de Jerusalém em 1187, alguns comerciantes de Lübeck e Bremen assumiram a idéia e fundaram um hospital de campo pela duração do cerco de Acre, em 1190, que se tornou o núcleo da ordem; O Papa Celestino III reconheceu a Ordem em 1192, concedendo aos monges a regra agostiniana. Com base no modelo do Templários, foi transformado em uma ordem militar em 1198 e o chefe da ordem tornou-se conhecido como o Grão Mestre (magister Hospitalis). Durante o governo do Grão-Mestre Hermann von Salza (1209-1239) a Ordem passou de ser um hospital para os peregrinos e se transformou em uma ordem militar.

  

 

 

 

https://falar-de-historia.webnode.com/i-grande-guerra-1914/